Felicidade




A felicidade animal

O que é felicidade?

Tales de Mileto, que viveu 640 a 550 a.C. Segundo ele, é feliz “quem tem corpo são e forte, boa sorte e alma bem formada”.

No grego, felicidade tem origem em “eudaimonia”, palavra que é composta do prefixo “eu” = bom, e de “daimon” = demônio, portanto, "bom demônio". Para os gregos, o daimon era uma espécie de um gênio, que acompanhava os seres humanos. Ser feliz era dispor de um “bom demônio”, o que estava relacionado com a sorte do individuo. A pessoa que tivesse um “mau demônio” era uma pessoa infeliz.

Com o passar do tempo a Felicidade foi ganhando outros contornos e chegou-se à compreensão de que felicidade era a obtenção do prazer. 

Sócrates - a felicidade deixa o prazer físico e entra na esfera da Alma e que a felicidade só era possível se o ser se voltasse para as Virtudes e Justiça.

Platão - O maior discípulo de Sócrates, considerava que todas as coisas têm sua função. Assim, como a função do olho é ver e a do ouvido, ouvir, a função da alma é ser virtuosa e justa, de modo que, exercendo a virtude e a justiça, se obtém a felicidade.

Aristóteles - O discípulo de Platão, em seu livro "A ética a Nícômaco" criticou o idealismo de Platão dizendo que era necessário à felicidade humana a boa saúde, a liberdade e uma situação econômica e social boa para que pudesse ser feliz. Por outro lado, a partir de uma série de raciocínios que têm como base o fato de o homem ser um animal racional, Aristóteles conclui que a maior felicidade do ser, está no fato de termos “alma racional” que é o exercício do pensamento, e esse fato aproxima o ser humano da divindade. 

Epicuro - O prazer era essencial à felicidade, cuja filosofia também é conhecida pelo nome de hedonismo (em grego “hedone” significa “prazer”). 

Já na época de Agostinho o assunto felicidade foi esquecido e a ênfase foi dada à salvação da Alma e não à felicidade em si, só reaparecendo em Kant, Locke e Leibiniz bem mais tarde.

Felicidade para o ser humano é algo quase que inalcançável no presente mundo, pois as pessoas não são felizes por ter saúde, ou por ter virtude, ou riquezas, ou amigos, ou qualquer coisa que este mundo possa oferecer. Por mais que o Ser Humano possua, algo em seu ser está inquieto, está fora de controle, está faltando alguma coisa. É como o gemido inexprimível do espírito que quer algo, mas não está disponível no mundo material.

O Pe. Paulo Ricardo dá um exemplo sobre:

A Felicidade da Vaca

O que uma vaca precisa para ser feliz? Precisa:
- De pasto; - De água; - De um pouco de sal; - De um boi para ter uma relação animal; - De um bezerro para amamentar e - De sol e sombra. Com tudo isso a vaca é feliz. A felicidade da vaca está fora da vaca, mas presente neste mundo.

A Felicidade do Homem:

Se dermos ao ser humano tudo que ele necessita, ainda assim ele continuará a ser um ser inquieto e incompleto. Nada do que existe neste mundo pode saciar essa inquietude do Homem, pois sua felicidade está fora do seu ser. O homem é um ser fora de centro, pois o que lhe falta encontra-se fora de si, mas não está disponível neste mundo para ele.

A vaca encontra o pasto e fica feliz, o homem não encontra no mundo material o que lhe dê a felicidade, pois ela está fora de seu alcance material. Então, o homem busca em todos os recursos materiais, nas posses, na comida, na bebida, nas drogas, no álcool, no sexo, na profissão, na cultura, no conhecimento, na religião, ou seja, em tudo o que está disponível neste mundo e não encontra a tal felicidade. Porquê?
Por que, o que lhe falta ele só pode ter, só pode alcançar, uma pequena imagem refletida num espelho daquilo que Deus quer que ele seja. 

I Coríntios 13:12 "Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido". 

Não é manifesto ainda o que haveremos de ser.

Alguns pregam que quem serve a Jesus Cristo já no presente mundo alcança a felicidade plena, porém, o que vemos e sentimos não é essa realidade. 

Teleologicamente a Felicidade seria uma realização:

O Ventilador - O Ventilador foi feito com uma finalidade (telos) que é Ventilar, então, a felicidade do Ventilador é chegar ao seu ápice que é produzir vento para refrescar. Se o Ventilador atinge sua finalidade, seu telos, então, podemos dizer que o ventilador foi feliz. Mas, disso podemos dizer que a finalidade do Ventilador está fora do Ventilador. 

Essa é a regra: A felicidade sempre está fora da coisa que tem um propósito, um telos, foi pensado, projetado para realizar aquela coisa. 

Outro exemplo, Qual é a felicidade do Universitário? O Universitário só será feliz quando estiver fora da Universidade, seu propósito se cumpriu. 

O automóvel enquanto estiver dentro da fábrica é só um projeto, mas ao sair da fábrica cumprirá com seu propósito: "Terá um dono para dirigi-lo, ganhará a estrada", atingiu seu propósito, então, podemos dizer que o automóvel alcançou sua "felicidade".

Teleologicamente é impossível ao homem sua realização plena! Por quê? A Filosofia, a teleologia, não podem responder essa questão sem entrar em aspectos metafísicos, sem o esforço Teológico, sem a Revelação Divina. Pois Alma é algo não empírico, não comprovado pelas ampulhetas. Kant, chega aí e para, dizendo que aquilo que não pode ser experienciado deve ser abandonado, o que importa é o experienciamento.

Na verdade a Filosofia pode chegar até aqui e admitir a existência de uma Alma e até pleitear que essa Alma seja imortal, mas aqui está a bifurcação, ou melhor o abrir do leque de opções que são: 

Alma existe e é imortal: 

1 - Essa imortalidade da Alma só adia o problema da para a infinitude, ou seja, o homem será um insaciável por toda sua infinita existência. O problema da insaciabilidade humana continua infinitamente.
2 - Essa imortalidade da Alma ser recoberta de carne por infinitas reencarnações, numa tentativa de ser aprimorada. Mas, sem a possibilidade da intervenção divina, esse caos se prorrogaria por infinitas reencarnações, pois o ser humano é um ser egoísta, e não quer nem saber que virá depois dele, o que ele quer é viver uma vida sem regras. Portanto, seria apenas transferir pecados para uma futura reencarnação.
3 - Essa imortalidade da Alma sofrer a intervenção Divina e conduzi-la de volta e transformada à Casa do Pai.

A terceira opção é a única que traz resposta à insaciabilidade da Alma Humana. Essa resposta tem que vir de Deus. O Homem nada pode fazer para saciar sua Alma a não ser tomar aquilo que Deus providenciou. 

Essas são as opções para a questão da Alma. E aí? Confia em você, ou confia em Deus?

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