Ô Trem Bão!




Tempo. Tempo que leva o meu tempo.

Paulo diz em sua primeira epístola aos Coríntios 13:11 "Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino". 

Na verdade isso é bem profundo, pois o que é o tempo? O tempo é um agora que se desloca. Sendo assim, então, só trago comigo as memórias daquilo que vivi e o fato que vivi, se alguém viveu junto comigo aquele fato, logo, são duas memórias a guardar tal fato. Por esse motivo sempre é bom viver no mínimo em dois, como diz o rei Salomão em Ec.4:9 "Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho". 

Algumas vezes fico imaginando aquelas famílias enormes com meia dúzia de filhos, a alegria e os conflitos imediatos de primeiro grau. Quanta história, quantos fatos vividos, quanta memória!

Se vivêssemos como Matusalém, será que sobraria alguma coisa de nós? Somos o que de nós sobrou na memória, nos sonhos, nas realizações, e principalmente no presente, alguns mais pretensiosos guardam esses fatos em livros autobiográficos, querendo dizer a todos "vejam quem fui eu". São conhecidos como imortais!?.

O Agora é o Presente. Que tem uma duração tão curta que ao acabar de escrever isto, já foi.

Diz o sábio e envelhecido rei em Eclesiastes 3:1 "Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer..."

O tempo existe de fato? Não! O que existe são pessoas vivas, viventes, que de repente param no "Agora" que se foi. Como uma foto de um velho amigo, de um pai, uma mãe que partiu numa viagem que ainda desconhecemos. O "agora", algumas vezes, é tão importante que não podemos deixá-lo passar sem registrar. Mas, a grande verdade é que já foi.

O que é a foto? A foto nada mais é do que o registro de um "agora" que valeu a pena ser vivido. A Foto registrou aquele "agora" que já não é. Existem milhões de fotos registradas em nossas memórias de muitos "agoras" que passaram. Mas, o que será de nossas fotos registradas com tanto carinho, em álbuns, pen drivers, ou e-pastas, daqui a cem anos? Quem se importará com fotos de pessoas que nem conheceram? Uma vida, toda vivida de momentos, ou seja, de "agoras", mas que parece ser pueril, sem grande valia. Como dizem: "Quem se importa?"


Isso me lembra um post do meu amigo, pr. Marco Aurélio, de um Trem que já está em movimento quando nele entramos. Ali conhecemos muitas pessoas que já estavam naquele vagão e outras que subiram no vagão em outra estação depois da nossa. Interessante é que algumas dessas pessoas ficarão conosco, outras nos abandonarão e até mudarão de vagão. Algumas delas nos alegrarão, outras nos entristecerão. A comoção, gerada em nosso íntimo, será nossa companheira, em virtude daquelas que deixarão o trem e não veremos mais. Deixarão saudades nos nossos corações. Mas, na mesma estação, outras pessoas subirão para conosco continuar a viagem, até que chega a nossa estação, é certo que temos passagem que nos permite ir só até ali, e, então, teremos que descer, sem que haja tempo para dizer adeus.

Mas, cá pra nois - "Ô trem bão sô!"

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Perfeição

Matar ou Morrer? Deus preferiu Morrer.

O Diabo e o Inferno Final