O Silêncio!
Silêncio por favor! O silêncio é o todo. O som é o rompimento, a quebra do silêncio. Quando digo: "Aleluia!" já no início da pronuncia da letra "A" o silêncio é rompido e assim continua até o final da pronuncia do último "A". Mas, o interessante é o retorno ao silêncio em seguida. O pensamento ocupa o silêncio da alma, mas entre um e outro pensamento sempre há um intervalo de silêncio, pois o silêncio é o todo. O silêncio é o todo, como uma tela de pintura sem nenhuma pincelada. Assim que o artista der a primeira pincelada essa tela jamais voltará a ser inteiramente branca. Não é assim com o som, com o pensamento, com as palavras, pois ao final do som retorna-se ao todo silencioso, como se estivéssemos no espaço sideral. Os pensamentos, os sons, ocupam o espaço do silêncio, invadem-no, mas a qualquer instante a tendência natural é o retorno disciplinado ao silêncio. Surge, então, uma pergunta: "Será que a morte cala o som, cala o pensamento?